terça-feira, 20 de abril de 2010

Como proteger seu filho

A prevenção é arma mais forte na luta contra o crack. Veja dicas que podem ajudá-lo a manter seu filho longe da droga.
Dicas de prevenção
Fontes: Fernando Oliveira, diretor da Divisão de Investigação do Narcotráfico do Denarc, e Helena M. T. Barros, psicofarmacologista
Esqueça aquele mito de que é bonitinho uma criança experimentar uns goles de cerveja com você.
Tenha hábitos saudáveis: as escolhas dos pais influenciam o comportamento dos filhos. Pesquisas mostram que, em lares com pais fumantes, o índice de filhos fumantes é maior.
Dê o exemplo: quando as crianças observam os adultos beberem para relaxar ou superar a timidez, aprendem que também precisam de substâncias químicas para superar seus problemas.
Acompanhe a rotina de seu filho: é importante saber onde ele está, o que faz e com quem está. Mudanças bruscas de comportamento podem ser um sinal de que há problemas.

Show da língua portuguesa!!!



'Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim:

'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres. '

Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Moral da história:
'A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação.
E isso faz toda a diferença...

Projetos Sociais

Projetos Sociais

O Grupo RBS está iniciando uma mobilização para incentivar as comunidades gaúcha e catarinense a contribuir de forma concreta com projetos voltados para a prevenção ao uso do crack.

Com a coordenação da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, foram selecionadas 20 instituições no RS e em SC - cobrindo as 18 regiões de atuação da RBS nos dois Estados. As instituições poderão receber até R$ 400 mil, dependendo da mobilização de suas comunidades.

Cada projeto precisa de R$ 20 mil para sair do papel. A Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho se compromete a dobrar o valor captado pela comunidade, até o limite de R$ 10 mil por instituição.

No total, a FMSS poderá destinar até R$ 200 mil a essas iniciativas, mas outros 50% resultarão da mobilização em torno dos projetos. As doações deverão ser feitas por meio do Portal Social.
As entidades escolhidas para receber as contribuições:
No Rio Grande do Sul
Anjos e Querubins (Pelotas)
Associação Espírita Francisco Spinelli (Santa Maria)
Associação Riograndina Pró-Criança e Adolescente (Rio Grande)
Casa Lar Clair Segatto (Cruz Alta)
Canta Brasil (Canoas)
Central Única de Favelas (Porto Alegre)
Centro Assistencial Sagrada Família (Santa Rosa)
Centro Cultural e Assistencial São Cristovão (Erechim)
Centro de Educação Ambiental Nova Esperança (Uruguaiana)
Instituto São Pedro (Bagé)
Lar Emiliano Lopes (Passo Fundo)
Murialdo Caxias (Caxias do Sul)
Sociedade Beneficente Sinal de Amor (Santa Cruz do Sul)
Santa Catarina
Associação Joinvillense de Obras Sociais (Joinville)
Associação Lajeana de Assistência Ao Menor (Lajes)
Bairro da Juventude (Criciúma)
Central Única de Favelas (Florianópolis)
Centro Cultura Escrava Anastácia (Florianópolis)
ONG São Roque (Blumenau)
Verde Vida Programa Oficina Educativa (Chapecó)

“O crack destrói o Homo sapiens”, diz médico argentino

“O crack destrói o Homo sapiens”, diz médico argentino

Eduardo Kalina está preocupado com a realidade que o crack desenhou na Argentina e no Brasil.

O psiquiatra Eduardo Kalina, 71 anos, é radical ao se posicionar em relação às drogas: cobra dos pais o exemplo aos filhos e defende a abstinência total (incluindo álcool e cigarro) para os que tentam se livrar das drogas.

– O que nós chamamos de cura é quando a pessoa aprende a dizer não – ensina.

Diretor médico do Brain Center, em Buenos Aires desde 1994, Kalina está preocupado com a realidade que o crack desenhou na Argentina e no Brasil. Entende que os governos que não lutam efetivamente contra a epidemia estão permitindo um “suicídio”.

O currículo do médico é longo e retrata a experiência de uma vida inteira voltada ao tratamento e à prevenção do uso de drogas. Foi professor visitante nos Colegios Oficiales Médicos, na Espanha, no High Point Hospital, em Nova York, e no New York Hospital – Coornell University Medical College (EUA).

No Brasil, foi professor da Associação Brasileira de Psicanálise, no Rio, e das Faculdades Metropolitanas Unidas, em São Paulo. Embora se recuse a falar sobre seus pacientes, Kalina é conhecido por ter tratado do jogador de futebol Diego Maradona.

Casado, pai de três filhos, o psiquiatra argentino tem vários livros publicados. Em Aos Pais de Adolescentes – Viver Sem Drogas, da editora Rosa dos Tempos, o médico usa o discurso científico como ferramenta para se aproximar de problemas cotidianos das famílias. É autor também de Drogadição Hoje – Indivíduo, Família e Sociedade, editado pela Artmed.

Confira abaixo trechos da entrevista que Kalina concedeu a Zero Hora por telefone, desde Buenos Aires:

Zero Hora – O senhor disse em entrevistas que o cérebro nunca esquece a sensação provocada pela droga, lembrando que a cura da dependência química exige uma abdicação total das drogas, incluindo o cigarro e o álcool. Não há uma cura para a dependência química?

Eduardo Kalina – A palavra cura é uma palavra que tem muitos significados. Por exemplo: uma pessoa tem um surto de apendicite. Você opera, retira o apêndice doente e aquilo curou para sempre, nunca mais vai ter apendicite porque não tem mais apêndice. Esse é um conceito de cura total, definitiva. Porém, no campo das drogas, o conceito de cura é diferente.

ZH – Como seria esse conceito?

Kalina – Não existe cura total definitiva porque o cérebro se modifica a partir da experiência com a droga, aprende uma nova linguagem, que não esquece nunca. Uma pessoa fuma 20 cigarros por dia, começa com 15 anos, quando tem 25 anos, para. Cinquenta anos depois, a pessoa tem 75 anos, passou 50 anos sem fumar, acende um cigarro e, oito, 10 segundos depois, aquela coisa que se modificou no cérebro acorda e a pessoa começa a ter necessidade de fumar. Não esqueceu nunca essa nova linguagem aprendida com a nicotina. Num futuro próximo, com a medicina genética, quando poderemos fazer modificações genéticas, provavelmente vai haver cura definitiva. Agora, o que nós chamamos de cura é quando a pessoa aprende a dizer não. Para controlar a droga, compensamos com remédios, fazendo com que o cérebro se acomode à normalidade, mas não tem garantia nenhuma. É preciso desdrogar-se. Tirar todas as drogas, porque muitas pessoas querem parar o álcool, mas seguem consumindo o tabaco. E o risco de voltar é grande.

ZH – O senhor acredita que é preciso abdicação total?

Kalina – Toda pessoa que compreende que para sair das drogas é preciso abdicar de tudo, uma parada total, incluindo álcool e tabaco, está praticamente curada. Para aquela que deseja seguir fumando e bebendo de quando em quando, o número de recaídas será muito grande.

ZH – A recuperação do crack é a mais difícil?

Kalina – Não existem duas pessoas iguais, não é possível fazer generalizações. A recuperação é difícil porque o crack provoca muitos danos, e algumas lesões são irreversíveis. Além disso, muitos usuários têm uma vida pobre, sem uma boa nutrição, não usavam muito o cérebro, então, ele estraga mais rápido. Temos um caso agora na Argentina de uma advogada, que começou a consumir já sendo uma profissional com boa posição. Ela passou mais de um ano consumindo, depois pediu ajuda e foi tratada. Eu a conheci em um programa de TV em que ela estava contando os danos que tinha sofrido. Ela conseguiu um bom nível de recuperação e agora está bem melhor porque era uma pessoa bem alimentada, com um cérebro que trabalhava, mais ativo, tinha todas as condições para sair. Muitos que começam na adolescência ou na infância não conseguem. Uma pessoa culta que tem Alzheimer demora muito mais para decair quando comparada a pessoas que não usaram muito o cérebro.

ZH – A partir de um estudo mais detalhado do cérebro é possível redimensionar a recuperação?

Kalina – Claro. Dependendo de como está lesionado o cérebro, podemos recuperar mais ou menos. Há pessoas em que estamos testando a técnica de reabilitação cognitiva. Algumas delas tiveram uma boa formação, então conseguimos muitas coisas mais rápido do que com aquele menino de rua que usa crack e fica afetado de uma forma horrível em pouco tempo.

ZH – Existe algum momento do tratamento de recuperação que é mais difícil?

Kalina – Desde a primeira etapa, quando nós temos que limpá-los, porque não conhecemos o que usaram. Não é uma substância sempre igual, preparam com um monte de porcarias. Imagine um menino de nove ou 10 anos, mal alimentado, sem escolaridade, e que começa a fumar compulsivamente. Ataca sistema respiratório, coração, artérias. Alguns deles parecem velhos. É muito difícil, é preciso medicar muito bem, ter recursos, e geralmente o governo nunca tem recursos para essas coisas.

ZH – No Rio Grande do Sul, há muitas comunidades terapêuticas independentes que colocam os usuários em atividades ligadas à agricultura, algumas delas ligadas a rituais religiosos. Elas têm algum sucesso. Como o senhor avalia esse tipo de comunidade?

Kalina – Para mim, essa é uma segunda etapa. A primeira é médica, psiquiátrica e clínica. Por exemplo, essa mulher mencionada antes (a advogada) estava com anemia, produzida pelos tóxicos. Tivemos que tratar a anemia, a hipertensão, tratamos uma série de problemas físicos e do cérebro. E, agora que ela está bem, os tratamentos sociais de recuperação, como fazendas ou comunidades, são muito importantes. Porém, é preciso primeiro um grande tratamento biológico ou ficam danos irreversíveis.

ZH – Essa segunda etapa também incluiria um atendimento psicológico, por exemplo?

Kalina – Claro. Conviver em grupo, trabalhar, tudo isso auxilia a pessoa a se ressocializar. Ao mesmo tempo, quando o paciente está muito doente, na primeira fase do tratamento, muitas vezes usamos a terapia individual para ajudar. Chamamos de “limpeza” esse período de desintoxicação. Para isso, os remédios ajudam muito. Acho um erro muito grande não tratar toda a parte biológica, que com o crack fica muito comprometida, especialmente o cérebro frontal, que é a região que permite sermos pessoas civilizadas.

ZH – O senhor poderia explicar melhor essa função do cérebro frontal?

Kalina – Quando esses meninos têm danos importantes no cérebro frontal, eles deixam de funcionar como pessoas, são como macacos. Nós tratamos com medicamentos e fazemos trabalhos cognitivos para fazer a região voltar a funcionar. Quando ela é atrofiada, a pessoa vira um gorila. Você precisa da parte frontal para pensar em Deus, ter espiritualidade, crenças, filosofia, ver o sentido da vida. Os meninos que ficam com dano nessa zona, a maioria dos que entram em crack e cocaína, viram animais. Eles matam porque gostam de um tênis que a pessoa usava. Pegam o tênis e vão embora, não importa se mataram uma pessoa que tem família, não importa nada.

ZH – O senhor está dizendo que o crack tira o sentido de civilização do homem. Ela é a droga mais devastadora nesse sentido até agora?

Kalina – Claro. O crack faz voltar o Homem de Neandertal, destroi o homo sapiens. Por isso digo: o governo que não luta contra isso está permitindo o suicídio.

ZH – O senhor tem um livro dedicado a pais de adolescentes. Que conselho daria a uma família de um jovem que convive, por exemplo, em um ambiente onde circula o crack?

Kalina – Primeiro, dar um bom exemplo. Um pai que toma um copo de vinho no jantar não está criando um filho toxicômano. Porém, um pai que está todo dia fumando e que bebe muito por qualquer explicação não pode dizer ao filho que não consuma, porque ele está consumindo. Muitas pessoas não se dão conta de que estão constantemente dando exemplo. Segundo, é importante, desde criança, ensinar o perigo que isso significa. Nos EUA, em um colégio com crianças entre sete e 12 anos, fizeram um jogo que teria como prêmio uma viagem à Disney de graça. Todos queriam participar e perguntavam: “Como é a prova?”. Disseram a eles que teriam de atravessar uma fossa com jacarés. Então ninguém quis brincar, todos responderam não, porque o jacaré devora, bate com o rabo e pode quebrar a cabeça. Então o doutor que organizou esse jogo falou: “Toda criança sabe do perigo dos jacarés. Temos de fazer o mesmo com nossos filhos, para que eles aprendam o perigo da droga”. Quando se explica à criança pequena o perigo do cigarro, ela luta para que os pais parem de fumar. Temos de fazer o mesmo com a droga, um trabalho de educação, informação e prevenção. E, além disso, controlar a presença da droga, não facilitar, não legalizar, cuidar muito, proibir a apologia à droga.

ZH – Existem algumas características recorrentes entre as pessoas que são usuárias de droga ou não se pode dizer isso?

Kalina – Sim, pode-se dizer. Quem conhece esse tema, consegue identificar aqueles que podem ir às drogas. Jovens que têm conflitos, são impulsivos ou têm uma família onde há patologia, têm muito mais facilidade de chegar às drogas. Um grupo de estudiosos americanos avaliou que se estudássemos, entre crianças e adolescentes, aqueles que têm componentes depressivos ou bipolares, seria possível prevenir muito o uso de drogas. Por isso, é preciso cuidar por fora para que a droga não chegue até a pessoa. Detectar e diagnosticar aqueles que podem usar drogas e trabalhar com eles.

ZH – Como o senhor vê o cenário brasileiro em relação ao crack?

Kalina – Em vez de esse tema ser tratado por certos profissionais, sobre ele opina Fernando Henrique Cardoso, que fala de legalizar porque o mercado controlado acabaria com o problema. Tenho o maior respeito pelo Fernando Henrique Cardoso, mas ele não tem nenhum preparo para falar sobre droga. Falam também músicos, pintores, políticos, jornalistas, e muito pouco se trabalha com profissionais da saúde. O Brasil comete os mesmos erros que a Argentina. Esse tema tem que ser tratado como uma emergência nacional.


ZERO HORA

Drogas, nem pensar!!!

Drogas, nem pensar, por Paulo Curvello*

Com mais uma edição da campanha Crack, nem Pensar, o Grupo RBS presta mais um grande serviço à comunidade. O efeito do crack é devastador, assim como o da maconha. Já ficou constatado no exame toxicológico efetuado no jovem Carlos Eduardo Sandfeld Nunes, de 24 anos, assassino confesso do cartunista Glauco Villas Boas e do seu filho Raoni, que ele se encontrava sob o efeito do consumo de maconha no momento do crime.

Ressalte-se que Cadu, apelido do homicida, fumava cannabis desde os 15 anos, não estudava nem trabalhava atualmente, teria passado a traficar a droga há três meses e apresentava surtos psicóticos (alucinações e delírios).

Episódios como este, que envolvem uso de drogas e crimes bárbaros, têm se tornado corriqueiros. Há meses, no Rio de Janeiro, sob o efeito do crack, um jovem músico estrangulou e matou a namorada no bairro do Flamengo, dentro de um apartamento. O caso de Cadu pode ser uma comprovação real de que a maconha, considerada até então droga leve e que os progressistas chamam de droga recreacional, pode não ser tão inofensiva assim.

Não resta dúvida de que o covarde crime – a participação de um cúmplice ainda não está bem explicada – que envolveu a morte do famoso cartunista Glauco e de seu filho Raoni coloca em xeque a permanente pretensão de ativistas, intelectuais, ONGs e conhecidas ex-autoridades, de descriminalização e/ou legalização da maconha no Brasil.

À sociedade e ao governo fica bem claro que o melhor caminho continua sendo a prevenção. Aos pais, o alerta sobre as possíveis mudanças comportamentais de seus filhos, entre elas, a agressividade, o abandono do estudo e do trabalho, desmotivação para o esporte, apatia, depressão, troca da noite pelo dia, hematomas nos braços, olhos constantemente avermelhados, lábios ressecados, gasto excessivo de dinheiro, delírios, sumiço de bens em casa e outras alterações comportamentais.

A desgraça que se abateu sobre a família de Cadu não escolhe porta para bater. Neste caso, o preço da felicidade é a eterna vigilância.

curvell@terra.com.br
*Servidor público estadual