terça-feira, 17 de agosto de 2010

Quem sabe estuda, quem ensina aprende

Quem sabe estuda, quem ensina aprende ,ensinar a aprender .
Quando me perguntam por que sempre uso junto ao meu nome o título de Professor, costumo responder: “É porque esse é o único título que não provoca inveja em ninguém”. Esta frase bem-humorada não deixa de ser verdade.
Mas há outras frases muito lembradas sobre a figura do professor que, embora engraçadas, não trazem uma mensagem positiva para nós que professamos essa atividade.
Por exemplo: “Hei de vencer, mesmo sendo professor”. É uma pena que a auto-estima de grande parte dos professores não esteja muito boa, mas para vencer precisamos dar valor ao que fazemos.
Outra dessas frases, que acho bastante negativa, é: “Quem sabe, sabe. Quem não sabe, ensina”. Discordo totalmente. Só se completássemos a frase assim: “Quem sabe, sabe ensinar. Quem não sabe, ensina mal”.
Prefiro um verso inspiradíssimo da poeta goiana Cora Coralina: "Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina".
Isto porque ensinar é uma ação generosa. É compartilhar algo que você tem, dividir com as outras pessoas o que você aprendeu. Por outro lado, aprender é um gesto de humildade, abertura para o novo. A generosidade do ensinar e a humildade do aprender são atitudes que fazem a pessoa mais feliz.

Vítimas de assédio moral estão mais expostos a acidentes.


A exposição do trabalhador a situações de assédio moral, como intimidação e humilhação dentro do ambiente de trabalho, traz prejuízos tanto para a vida pessoal quanto profissional da vítima.

Mas os danos podem ser ainda maiores quando a versão adulta do bullying evolui de dano pessoal para acidente de trabalho. Por isso, tramita na Câmara Projeto de Lei nº 7.202/2010, que inclui o assédio moral entre os tipos de acidentes de trabalho.

De acordo com a advogada trabalhista, Andreia Ceregatto, a exposição repetitiva e de longa duração ao assédio moral interfere na vida do trabalhador de modo direto, comprometendo a identidade, dignidade e as relações afetivas e sociais da vítima.

"Uma destas formas é a submissão do empregado a excessivo rigor no trabalho, sobrecarregando-o de tarefas. Com isso, podem surgir consequências como angústia, depressão, síndrome do pânico, estresse ou outros danos psíquicos ao trabalhador, colocando em risco não só a saúde, mas a própria vida do empregado", explica.

Além das condutas abusivas, o agressor, geralmente alguém que ocupa um cargo superior ao da vítima, também ocasiona o acidente de trabalho com o assédio moral quando isola, vigia, ridiculariza, despreza, ironiza, difama, menospreza e inferioriza o trabalhador.

Segundo Andreia, há casos em que o empregado é obrigado a realizar tarefas sem sentido ou que jamais serão utilizadas. Ou ainda ter que trabalhar em horários fora da jornada de trabalho, sem o aviso prévio.

"Na maioria das vezes isso ocorre porque, por meio da pressão psicológica, a empresa quer que o seu empregado peça demissão forçada ou planeja uma forma que ele seja dispensado por justa causa, pela prática de insubordinação", diz.
O assédio que vem da hierarquia superior pode ser classificado em perverso, quando praticado com o objetivo de eliminação do outro ou da valorização do próprio poder; estratégico, que se destina a forçar o empregado a pedir contas, e institucional, que é um instrumento de gestão do conjunto pessoal. O que define o assediador é a má utilização do seu poder e prestígio sobre os demais profissionais. O Assédio Moral é difícil de ser comprovado, por necessitar de testemunhas, por ocorrer de forma discreta, por não ser um crime tipificado, ainda, e por ser visto com normalidade por muitos.
Normalmente, a vítima de tal situação é acometida de palpitações, de extremo cansaço, de ansiedade, de irritabilidade, de problemas digestivos, de crises de choro, de insônia, de dores de cabeça, de dores generalizadas e mal-estar. Em situações mais graves, pode incidir hipertensão, depressão, alcoolismo e tentativa de suicídio.


Apesar de não haver lei específica que caracterize o assédio moral, a advogada especialista na área, Eryka De Negri, chama a atenção para que as vítimas recorram ao sindicato da categoria ou busquem apoio jurídico para lutar pelos seus direitos. A partir daí, o ambiente de trabalho será avaliado e as irregularidades serão comunicadas aos órgãos competentes como a Delegacia Regional do Trabalho e o Ministério Público.

"Segundo o artigo 927, cumulado com o artigo 950 do Código Civil, toda lesão que acarreta dano moral é passível de indenização. Além disso, o trabalhador pode exigir na Justiça que a empresa o demita, sem que seja necessário pedir demissão, é o que chamamos de rescisão indireta. Na verdade, neste caso o empregador terá cometido uma justa causa", alerta


Fonte: Revista Proteção / Agora - MS, 10.08.2010

sábado, 14 de agosto de 2010

SOS VIDA PROFISSIONAL

Assédio Moral   

Assédio moral é toda e qualquer conduta que caracteriza comportamento abusivo, freqüente e intencional, através de atitudes, gestos, palavras ou escritos que possam ferir a integridade física ou psíquica de uma pessoa, vindo a pôr em risco o seu emprego ou degradando o seu ambiente de trabalho.
Condutas mais comuns que caracterizam o assédio moral:
- Dar instruções confusas e imprecisas ao trabalhador;
- Bloquear o andamento do trabalho alheio;
- Atribuir erros imaginários ao trabalhador;
- Pedir, sem necessidade, trabalhos urgentes ou sobrecarga de tarefas;
- Ignorar a presença do trabalhador na frente dos outros;
- Fazer críticas e brincadeiras de mau gosto ao trabalhador em público;
- Impor-lhe horários injustificados;
- Insinuar boatos
- Forçá-lo a pedir demissão ou transferência;
- Pedir execução de tarefas sem interesse;
- Não atribuir tarefas;
- Retirar-lhe instrumentos de trabalho;
- Assediar a vitima somente quando eles estão a sós;
- Proibir colegas de falar com ele.
Quem agride:
- Um superior;
- Um colega de trabalho de mesma hierarquia.
Conseqüências do assédio moral para a empresa:
- Queda de produtividade;
- Alteração da qualidade do serviço e do produto;
- Doenças profissionais, acidentes de trabalho e danos ao equipamento;
- Troca constante de empregados;
- Aumento nas ações trabalhista por danos
Conseqüências para o assediado:
- Perda de motivação, criatividade, capacidade de liderança;
- Aumento da ansiedade, insegurança, depressão, entre outras doenças;
- Aumento das doenças profissionais e acidentes de trabalho;
- Dificuldade de se manter empregado.
O que a vítima deve fazer:
- Resistir: anotar com detalhes todas as humilhações sofridas;
- Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que:
- testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor;
- Organizar. O apoio é fundamental dentro e fora da empresa;
- Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas;
- Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao Departamento de Pessoal ou Recursos Humanos e da eventual resposta do agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo;
- Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instâncias;
- Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores e contar a humilhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.
Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da auto-estima, dignidade, identidade e cidadania.
Fonte: Ministério da Saúde - www.saude.gov.br

domingo, 1 de agosto de 2010

DICIONARIO DA CATEGORIA

Por Amigos do Vigotsky

Inúmeros professores e pedagogos, em caráter de informação e auxílio a seus colegas iniciantes, decidiram criar uma clasificação a fim de identificar os principais estereótipos de alunos que infestam as escolas de nosso país. Segue abaixo a classificação:

CHATO
A maioria absoluta dos alunos, com exceção dos ausentes, variando apenas a escala individual de enquadramento de cada estudante, que também é conhecida como QC – ou Quociente de Chatice. Os casos extremos de alunos bagunceiros costumam atingir o clímax deste índice.

BURRO
A maioria absoluta dos alunos, com exceção dos ausentes, variando apenas a escala individual de enquadramento de cada estudante, que também é conhecida como QI – ou Quem Indica (quem indica o infeliz para a reprovação neste caso, tarefa normalmente abraçada pelos professores de Matemática, Física e Química). Ele se diferencia do aluno bagunceiro porque pelo menos tenta apresentar bom comportamento.

Fraco
Ele é tão burro quanto qualquer outro aluno burro, mas conta uma história triste e todo mundo acaba ficando com pena dele. Também chamado de esforçado.

Bagunceiro
Tipo muito comum nas hostes escolares. Ele não está nem aí pra nada e além de atrapalhar o trabalho do professor, atrapalha os pobres alunos burros e fracos, mas que querem aprender. Podem ser do tipo engraçado (embora com frequência só ele ache graça em si mesmo) ou do tipo arruaceiro, quando existe uma predisposição de sua parte para ingressar no universo da delinquência juvenil e se evadir da escola, mas a família se omite e acha que a escola vai resolver tudo. Quase sempre este aluno também se classifica na categoria de aluno burro.

Evadido
Também conhecido como fantasmas, são como o Acre, dizem que ele existe, mas não há evidências concretas de sua existência. Por vezes transformam-se em alunos zumbi.

Ninja
Aquele que olha pra lousa, entendente tudo em 16,7seg. e fica o resto da aula dormindo ou fazendo alguma outra merda. Nunca pega recuperação e sempre passa cola

Turista
Frequentam a escola como e quando querem, preferindo especialmente as datas de provas, das quais ficam sabendo através dos colegas por Orkut ou MSN. Normalmente os pais ficam surpresos ao descobrirem suas faltas ao final do ano, porque ele saía de casa uniformizado para ir à escola diariamente. Por vezes transformam-se em alunos zumbi.

Faltoso
Também conhecido como matador de aulas. Ele não falta tanto quanto o turista, mas por vezes pode chegar perto. A maioria falta para cuidar de sua vida pessoal, ou seja jogar bola, zoar na rua, namorar, sendo que este último tipo de falta pode gerar um outro motivo comum para as alunas dos sexos femininos não frequentarem as aulas e tornarem-se alunas evadidas ou turistas: a gravidez precoce.

Zumbi
São os alunos evadidos ou turistas que depois de passarem o ano inteiro pouco ou nada aparecendo para estudar, ressurgem de seus túmulos nos últimos dias do ano letivo tentando passar de ano.

Invisível
Ele frequenta as aulas, mas não abre a boca para nada e você nem percebe que ele existe. Muitas vezes é também um aluno fraco.

Puxa-Saco
Normalmente sentam na frente e são fracos, mas tentam contornar suas limitações buscando ser amigos e prestativos com os professores, só que esta tática dificilmente funciona para melhorar suas notas. Mesmo assim eles não desistem, o que às vezes pode torná-los além de fracos, chatos.

Mochila
Só passa de ano porque é carregado nas costas a maior parte do ano pelos colegas, inclusive recebendo cola durante as provas, mas o professor não viu ou fingiu que não viu.

Inteligente
A minoria absoluta, mas mesmo estes podem se enquadrar na categoria “chato”, especialmente quando não param de fazer perguntas e reclamar de décimos em suas notas. Tem também o hábito de corrigir implacavelmente o professor, em seus menores lapsos. Também conhecidos como nerds.

MEC vai recomendar o fim da reprovação2


Jovens cheios de energia, de boa condição social,de saúde, de material, de amigos, de boa alimentação,de escola regular...enfim, cheios de TUDO mas,com péssimo rendimento.
Não, e não são burros!- talvez se realmente fossem, as coisas seriam mais confortantes -
são mesmo é preguiçosos!Sem Estimulos ...
Isso as vezes me tira do sério sabia?
Que é que esse povo tem na cabeça? Farinha?
Cadê a família, os pais (os responsáveis vá lá)pra acompanhar esses alunos? Onde estão que não vêem isso?
Devem cobrar mesmo, impulsionar e incentivar ta entendendo? Mas onde eles estão?
De que adianta uma educação dessa qualidade:entra num ouvido e sai pelo outro?!
NADA!
As vezes até eu me acho uma inútil dando aula...afinal, algum deles realmente entende o quanto fará diferença
nas suas vidas, o quanto é importante,a aquisição desses conhecimentos básicos?
Uma coisa posso dizer que alguns realmente não tem: base familiar.
São jovens entregues literalmente "ao léu".
Colocam-nas nas escolas num sentido de as ocuparem pelo menos durante um turno.
A escola é no fundo, uma espécie de grande hotel sabe?
Não existe acompanhamento, nem interesse dos pais em compreender os filhos e tentar faze-los relmente bons alunos.
Bom, aí a gente passa um turno dizendo e orientando a eles determinada postura e no outro eles não recebem nenhum estímulo a isso em casa.
Aí vocês acham que eles vão seguir que orientação? A DE CASA é claro!
Escola não tem obrigação familiar, escola é escola.
É uma pena, uma pena mesmo que muitas famílias não percebam isso.
E, quanto ao processo ensino-aprendizagem, diz Adele S. Simmons, em entrevista à Revista Veja, "Ainda não se inventou fórmula melhor de ensinar alguém a escrever do que ter um ser humano para fazê-lo."
Isto é, por mais limitado que seja um professor, por menores que sejam seus recursos, ele continua indispensável.

As Melhores Frases dos Maiores "Burros"

As Melhores Frases dos Maiores "Burros"

* O metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre e
pro cálculo dar certo arredondaram a Terra!

* O cérebro humano tem dois lados, um pra vigiar o outro.

* O cérebro tem uma capacidade tão espantosa que hoje em dia, praticamente,
todo mundo tem um.

* Quando o olho vê ele num sabe o que tá vendo, ele manda uma foto elétrica
pro célebro que explica pra ele.

* Nosso sangue divide-se em glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e até
verdes!

* Nas olimpíadas a competição é tanta que só cinco atletas chegam entre os
dez primeiros.

* O piloto que atravessa a barreira do som nem percebe, porque não escuta mais
nada.

* O teste do carbono 14 nos permite saber se antigamente alguém morreu.

* Antes mesmo da guerra a Mercedes já fabricava Volkswagen.

* Pedofilia é o nome que se dá ao estudo dos pêlos.

* O pai de D.Pedro II era D.Pedro I e de D.Pedro I era D Pedro 0.

* Nos aviões, os passageiros da primeira classe sofrem menos acidentes que os
da classe econômica.

* O índice de fecundidade deve ser igual a 2 pra garantir a reprodução das

espécies pois precisa-se de um macho e uma fêmea pra fazer o bêbe. Pode até
ser 3 ou 4, mas bastam 2.

* O homossexualismo ao contrário do que todos imaginam não é uma doença,
mas ninguém quer pegar!

* Em 2020 a previdência não terá mais dinheiro pra pagar os aposentados
graças à quantidade de velhos que se recusam a morrer.

* O verme conhecido como solitária é um molusco que mora no interior mas é
muito sozinho.

* Na segunda guerra mundial toda a Europa foi vítima da barbie (barbárie)
nasista.

* Cada vez mais as pessoas querem conhecer sua família através da árvore
ginecológica.

* O hipopótamo comanda o sistema digestivo e o hipotálamo é um bicho bem
perigoso.

* A Terra se vira nela mesma, e esse difícil movimento denomina-se
arrotação.

* Lenini e Stalone eram grandes figuras do comunismo na Rússia.

* Uma tonelada pesa pelo menos 100Kg de chumbo.

* Quando os egípcios viam a morte chegando se disfarçavam de múmia.

* Uma linha reta deixa de ser reta quando pega uma curva.

* O aço é um metal muito mais resistente que a madeira.

* O porco é assim chamado porque é nojento.

* A fundação do Titanic serve pra mostrar a agressividade dos ice-bergs.

* Pra fazer uma divisão basta multiplicar subtraindo.

* A água tem uma cor inodora.

* O telescópio é um tubo que nos permite ver televisão de bem longe.

* O Marechal Deodoro da Fonzeca é conhecido principalmente pois está no
dicionário.

* A idade da pedra começa com a invenção do Bronze.

* O sul foi colocado embaixo do norte pois é mais cômodo.

* Os rios podem escolher em desembocar no mar ou na montanha.

* A luta greco-romana causou a guerra entre esses dois países.

* Os escravos dos romanos eram fabricados na África, mas não eram de boa
qualidade.

* O tabaco é uma planta carnívora que se alimenta de pulmões.
* Na idade média os tratores eram puxados por bois, pois não tinham gasolina.

* A baleia é um peixe mamífero encontrado em abundância nos nossos rios.

* A maconha deve ser proibida quando há flagrante.

* Quando dois átomos se encontram, dá a maior merda.

* Princípio de Arquimedes: todo corpo mergulhado na água, sai completamente
molhado.

* Newton foi um grande ginecologista e obstetra europeu que regulamentou a lei
da gravidez e estudou os ciclos de Ogino-Knaus.

* Pergunta: Em quantas partes se divide a cabeça?
Resposta: Depende da força da cacetada.

* Trompa de Eustáquio é o instrumento musical de sopro, inventado pelo grande
músico belga Eustáquio, de Bruxelas.

* Parasitismo é o fato de um não trabalhar e vivendo a dar
"mordidas" nos outros, de dinheiro, cigarros e outros bens materiais.

* Ecologia é o estudo dos ecos, isto é, da ida e vinda dos sons.

* Biologia é o estudo da saúde. E para beneficiar a saúde é que o
Dr.Fontoura inventou o biotônico.

* As constelações servem para esclarecer a noite.

* No começo os índios eram muito atrazados mas com o tempo foram se
sifilizando.

* O Convento da Penha foi construído no céculo 16 mas só no céculo 17 foi
levado definitivamente para o alto do morro.

* A História se divide em 4: Antiga, Média, Momentânea e Futura, a mais
estudada hoje.

* Bigamia era uma espécie de carroça dos gladiadores, puchada por dois
cavalos.
* As aves tem na boca um dente chamado bico.
* A terra é um dos planetas mais conhecidos e habitados no mundo.

MEC vai recomendar o fim da reprovação


MEC vai propor fim da reprovação

Autor(es): Agencia O Globo/Carolina Benevides
O Globo - 23/05/2010
 

O Conselho Nacional de Educação vai propor, e o MEC recomendará a escolas públicas e privadas, que não reprovem mais alunos dos 3 primeiros anos do ensino fundamental. A medida divide especialistas e entra em vigor em 2011.
 
Para reduzir evasão, plano é que escolas aprovem todos os alunos dos três primeiros anos do ensino fundamental

Com os dados do censo escolar de 2008 em mãos, quando 74 mil crianças de 6 anos foram reprovadas, e depois de realizar três audiências públicas — em Salvador, São Paulo e no Distrito Federal — o Conselho Nacional de Educação (CNE) se prepara para recomendar “fortemente” que todas as escolas públicas e privadas não reprovem mais alunos matriculados nos três primeiros anos do ensino fundamental.

A resolução, que terá que ser homologada pelo ministro Fernando Haddad neste último ano do governo Lula, entrará em vigor em 2011, segundo Edna Martins Borges, coordenadora-geral do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC).

— O Brasil tem uma cultura forte de reprovação. Como estamos atualizando as diretrizes para a educação, vamos recomendar fortemente o princípio da continuidade. Sabemos que não tem a força de uma lei, mas as recomendações do CNE direcionam o sistema educacional — explica Edna, dizendo ainda que o Conselho espera que o Brasil deixe, daqui a alguns anos, de reprovar em todas as séries do ensino fundamental. — O ideal é que a criança conclua mesmo em nove anos, pois ser reprovada faz com que interrompa o sucesso escolar que poderia ter.

No Nordeste, onde temos altas taxas de evasão, a reprovação é uma das responsáveis pelo aluno abandonar o colégio.
Para professor da UFRJ, mudança é ‘temerária’ Segundo Edna, cada escola terá autonomia para elaborar seu projeto pedagógico, o que pode incluir flexibilização das turmas, trabalhos especiais para alunos em dificuldades e aulas extras.

No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), existem mais de 152 mil escolas, com 31 milhões matriculados no ensino fundamental. Pouco mais de dois milhões têm mais de cinco horas de aula por dia.

— Largadas à própria sorte, sem respaldo das secretarias de educação e do MEC, as escolas dificilmente terão sucesso. A história já mostrou que desacompanhada de professores bem formados, sem boa gestão, sem recursos corretos para ajudar no aprendizado e com grande número de alunos em sala, a progressão não dá bom resultado — diz Claudia Fernandes, coordenadora da Pós-Graduação em Educação da UniRio.

Professor de políticas públicas e formação humana da UERJ, Gaudêncio Frigotto concorda que propor a mudança deixando que as escolas decidam o que fazer é “temerário”: — Não adianta as crianças terem o direito de passar, se não têm o direito de aprender. As escolas públicas do Brasil são também espaço de merenda, de educação sexual, têm que lidar com a violência, não estão só ligadas ao conhecimento. Legalizar a realidade que temos em sala de aula com aprovação automática é temerário.

Responsável por uma turma do 3oano do ensino fundamental em uma escola municipal em Cordovil, na Zona Norte do Rio, Inês Barbosa já convive com a aprovação automática e acha que o respaldo do MEC prova que “o ministério não conhece o que enfrentamos no dia a dia”: — Tenho uma turma com 32 alunos entre 8 e 11 anos. Os que têm dificuldades tinham a ajuda de uma estagiária, mas agora ela só pode atender no mesmo turno das aulas. Então, eles vão às aulas ou ao reforço — diz Inês.

— O MEC propor que professores criem alternativas quando estão sobrecarregados, sem material didático, em escolas sem horário integral e lidando com pais que muitas vezes não podem acompanhar os estudos dos filhos é a prova de que não conhece o que enfrentamos.

Professor da Faculdade de Educação da USP, Vitor Henrique Paro gostaria que o MEC tivesse coragem para acabar com a aprovação em todas as séries.

— Não sei porque a timidez, a reprovação é um mal — diz ele, para quem as escolas são “ruins desde o século XIX e a reprovação é o álibi desse modelo”.

— Essa mudança é um primeiro passo para que haja uma revolução. Os pais vêem os filhos sendo reprovados e acham que eles não servem para estudar.

Com a aprovação automática, os pais terão a chance de entender que há algo errado com a escola, pois seus filhos poderão chegar ao 8oano e isso não será sinônimo de que aprenderam algo. Se for proibido reprovar, as pessoas serão obrigadas a ensinar.