terça-feira, 29 de setembro de 2009

Medo na sala de aula

Em 2007, foram registrados 66 casos de violência contra funcionários na rede estadual; em 2008, foram 59. Até março deste ano, quatro casos foram contabilizados, mas ainda há processos
não finalizados. A situação enfrentada pela escola é similar a de muitas outras instituições brasileiras, segundo Miriam Abramovay,socióloga e pesquisadora da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla). “A violência acontece muitas vezes porque a escola não escuta os alunos.As instituições deveriam fazer um diagnóstico e começar um processo de educação,onde todos os professores possam aprender a mediar conflitos“, afirma.
Segundo Abramovay, essa violência aparece nas relações sociais. “As microviolências, como agressões verbais e físicas, apelidos e homofobia desencadeiam esses ataques”,afirma. Se a perda de controle do aluno se dá em uma sala de aula, a instituição de ensino
também tem uma parcela de responsabilidade.
A socióloga considera que os pais também contribuem para esse desequilíbrio, mas não são os culpados. “É muito fácil a escola pôr a culpa nos pais, mas eles também enfrentam situações difíceis.
Grande parte tem escolaridade menor que os filhos e também não sabemoque fazer.
A escola não dialoga com a família e a situação se complica“,
Ela afirma que ainda não existem receitas prontas para a solução do problema.
“A primeira coisa a se fazer é um diagnóstico da situação, como a Ritla fez em Brasília.”
Abramovay diz que cada reação de alunos contra os colegas de classe, professores e
funcionários deve ser encarada como uma “mensagem de que algo não está indo bem”.
A solução inicial seria preparar melhor os professores para essas situações

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