sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

ALUNOS X DROGAS

Estudantes de escolas particulares experimentam mais drogas do que alunos de escolas públicas. Levantamento nacional sobre o consumo de substâncias psicotrópicas desenvolvido pela Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad) revela que um a cada quatro estudantes brasileiros, do ensino fundamental e médio, já experimentou algum tipo de entorpecente que não álcool ou cigarro. Deles, mais de 30,2% são da rede privada, enquanto 24,2% frequentam escolas públicas.

Uma das hipóteses sugeridas pelo professor Elisaldo Carlini, pesquisador do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), responsável pelo estudo, é o fato de os alunos da rede privada terem maior poder aquisitivo. “Eles têm mais dinheiro, o que facilita o acesso aos entorpecentes. E também frequentam ambientes vulneráveis ao consumo das substâncias”, diz. No entanto, de acordo com Carlini, apesar de a experimentação ser maior nesse grupo, o uso frequente (seis ou mais vezes nos últimos 30 dias a partir da resposta ao questionário) ou pesado (20 ou mais vezes no mesmo período) ocorre com maior intensidade entre estudantes de escolas públicas.

O levantamento foi feito nas 26 capitais e no Distrito Federal, com 50.890 estudantes. Mais de 700 escolas colaboraram com o estudo, sendo 35,2% delas da rede privada e 64,8% da rede pública de ensino. Outro dado preocupante diz respeito ao aumento do consumo de cocaína entre os alunos. Nos últimos seis anos, a quantidade deles que usaram ao menos uma vez a droga passou de 2% para 2,8%.

O dado assusta, pois os consumidores de cocaína são mais vulneráveis ao uso do crack. “Por serem consideradas drogas estimulantes, o usuário de cocaína tem maior probabilidade de procurar o crack”, explica Juliana Peroni, psicóloga do Centro de Encaminhamento e Tratamento Psicossocial de Dependentes Químicos em Brasília. Das cinco drogas mais consumidas – solventes, maconha, ansiolíticos, cocaína e anfetamínicos – a cocaína foi a única que apresentou aumento de uso entre 2004 e 2010.

Apenas 0,7% dos estudantes admitiram já ter experimentado crack. Segundo a secretária-adjunta da Senad, Paulina Duarte, o dado, no entanto, pode não representar a realidade. “Devido à dependência do crack se instalar muito rapidamente e causar isolamento social, talvez seu usuário não esteja nas escolas”, diz. Ela afirma que em fevereiro será divulgada pesquisa somente sobre o crack, que possibilitará uma análise mais próxima da realidade sobre o consumo da substância.

Em Belo Horizonte, a psicóloga Maria Regina Ziziani Pimentel, da Associação Brasileira e Comunitária para a Prevenção do Abuso de Drogas (Abraço), atualmente trabalha com 40 jovens em um projeto da Vara da Infância e da Juventude em conjunto com a Abraço e aponta a criação de perspectivas como uma das mais eficazes estratégias para que o dependente encontre a saída para o alçapão do vício. “Temos que trabalhar em uma rede bem articulada. Tentamos fazer com que o adolescente tenha sonhos, metas, tentando inseri-lo novamente em sua identidade”, diz.
Do Estado de Minas

Um comentário:

Ministério da Saúde disse...

Olá blogueiro (a),
Obrigado por seu apoio na luta contra o crack e outras drogas. O consumo aumentou e é preciso união de todos. O crack traz malefícios ao usuário, família e sociedade e atinge a todos independentemente do sexo, cor e classe social.
Divulgue mais informações sobre a droga: http://bit.ly/bDGqGz
Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/minsaude
Mais informações: comunicacao@saude.gov.br
Obrigado,
Ministério da Saúde