quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ser ou não ser bom aluno?

Ser ou não ser bom aluno?

Creio que a pergunta que intitula o meu texto, embora corriqueira entre os
agentes da educação, não seja tão simples de ser entendida e principalmente respondida.
É obvio que a maioria absoluta das pessoas de bom senso vai dizer que sim!
Ser bom aluno ainda vale à pena! Porém, conseguimos perceber a dimensão desse
questionamento? Digo isso pelo seguinte: Quais são os modelos de escolas e quais os
modelos nelas existentes? Existem padrões a serem seguidos? Se eles existem, sabemos
decodificá-los a fim de transformar nossas práticas em potencialidades? E o que
ensinar? Pra quê?
Estas e outras perguntas fazem parte da órbita questionadora daqueles que realmente se preocupam com a educação?
Meu objetivo aqui não é adentrar e nem direcionar o meu argumento a favor
de qualquer linha de pensamento ou atitude já posta como prática metodológica.
Considero-me, porém, mais um desses que se preocupa com a trajetória dos alunos
principalmente na educação básica. Então, também digo: SIM, vale à pena ser bom
aluno! No entanto tenho algo a dizer:
Embora as escolas sejam plurais em seus objetivos e metodologias, os alunos
ainda são dispostos a um regime de preparação para os vestibulares. Isso é fato e
inquestionável. A partir daí surge a principal bifurcação de idéias acerca do principal objetivo das escolas: preparar para os concursos ou para a vida?
O dilema, porém, é que insistimos em responder uma pergunta que precisa ser
direcionada aos alunos e posteriormente respondermos tantas outras que por ventura
vierem a nos fazer. Afinal, quantas não foram as vezes que tive de responder os muitos
porquês da Química e suas aplicações. Talvez essa situação seja um dos entraves da
educação moderna: ensinar única e exclusivamente para o cotidiano! Ou seja, será que
tudo o que é ministrado nas escolas só se tornará interessante para o aluno se for algo contextualizado e articulado com as necessidades do dia a dia?
Creio que o bom aluno é o que consegue perceber e administrar as premissas
de uma educação viva e para com a vida. Assim, é imprescindível ele se perceber no
processo seletivo que o cerca.
Na primeira aula de 2011, tive um discurso simples e claro com os meus alunos: “Estejam sempre entre os melhores! Seja em qualquer etapa ou em qualquer
instituição!” É sabido que nos próximos anos o Ensino Superior no Brasil estará tão
sucateado quanto hoje é o Ensino Médio. Afinal, qual a finalidade do Ensino Médio se
não para servir de pré-requisito para o Vestibular? O mesmo problema será evidente
quando o recém graduado estiver disponível para um mercado extremamente exigente
e sedento de bons profissionais. Mas cuidado! Boas notas apenas é UM sinal de que
o aluno fez bem o seu dever de casa durante sua vida de estudante.
Uma nota 10 está longe de ser o quesito máster para o profissional de excelência. Do que adianta um “super nota 10” se ele não sabe se comunicar adequadamente? E se ele não for criativo ou articulador?
Posso dizer com certeza, que ser bom aluno e conseqüentemente bom profissional é desfrutar de posições ousadas e que transcendem o automático, do terno e gravata e dos status superficiais. Também sabemos o quanto as empresas nacionais e internacionais, com faturamentos bilionários, dependem da criação e da
problematização vinda de jovens empreendedores, criativos e entusiastas.
O profissional do futuro deverá criar e resolver problemas, propor soluções inovadoras e que girem sempre em torno do ser humano.
Então, preocupe-se com o futuro! Com o seu e com o dos demais!Lembre-se,
porém, que o futuro é conseqüência de um presente bem vivido e organizado. Seremos
lembrados e referenciados no futuro a partir de nossas escolhas feitas hoje!
E é preciso coragem para começar a fazer tais escolhas. Ser bom aluno é uma delas!
Se dentre os milhares de livros que você já leu, nenhum deles fez você refletir
sobre a vida e nem te tornou uma pessoa melhor, pare de ler!

(Autor desconhecido)

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