quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Jovens ameaçam diretora de escola

VIOLÊNCIA
Jovens ameaçam diretora de escola

Sidney Lopes/EM/D.A Press

Mesmo na delegacia, adolescentes continuaram a xingar professores
Depois de um aluno de 17 anos espancar o professor na segunda-feira, mais dois casos de polícia foram registrados ontem em escolas públicas de Belo Horizonte. Na Escola Estadual Israel Pinheiro, no Bairro Alto Vera Cruz, Região Leste, um aluno de 15 anos foi flagrado com um revólver calibre 32 na mochila. Na Escola Estadual Orôncio Murgel Dutra, no Bairro São Tomás, Região Norte, a vice-diretora Regina Lúcia Fonseca Leite pediu socorro à Polícia Militar ao ser ameaçada por duas alunas de 15 anos.

Segundo a vice-diretora, as alunas não usavam uniforme e foram impedidas de entrar no prédio, mas se revoltaram. Além de xingá-la com palavrões, as adolescentes ameaçaram surrar Regina na saída da escola. Segundo a PM, as menores são suspeitas de prostituição e de tráfico de drogas nas imediações da escola, mas apenas uma delas confessou que mantém relações sexuais por dinheiro. Mesmo na Delegacia Especializada de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad), para onde foram levadas, as estudantes continuaram ofendendo a vítima.

Na escola, segundo Regina, os professores já não suportam mais os desacatos e palavrões. “Os alunos querem entrar e sair a hora que querem, sem uniforme”, reclamou a vice-diretora, que teme uma agressão mais violenta. “Eu mando chamar as mães, mas quando elas aparecem estão alcoolizadas”, disse. Outros pais, segundo ela, também são chamados para conversar e já chegam querendo agredir os professores também.

Há três anos, a Escola Orôncio Murgel Dutra tem a proteção da Patrulha Escolar, que marca presença todos os dias no local para evitar brigas. “Por enquanto, ainda estou conseguido controlar um pouco a situação. Mas, se deixar, os alunos jogam até bombas. Eles não levam armas de fogo, mas carregam estilete”, disse Regina.

De acordo com o cabo Márcio Fernandes, da Patrulha Escolar do 13º Batalhão da PM, há informações de envolvimento das menores com a venda de crack e também estariam se prostituindo. “A situação está tão insustentável que as próprias mães delas não estão agüentando. A irmã de uma delas, que estudou na mesma escola, também criou problemas e hoje é moradora de rua e vende drogas. Infelizmente, são menores de idade e estão indo para um caminho trágico”, lamentou o cabo.

ARMA

Na manhã de ontem, o inspetor da Guarda Municipal Alisson Giovanni Rosa foi chamado pela diretora da Escola Israel Pinheiro, no Alto Vera Cruz, assustada com a denúncia de um aluno armado. “Abordamos o aluno e confirmamos a suspeita. O garoto já estava dentro da sala de aula, com o revólver escondido na mochila”, disse o inspetor. O garoto disse que trocou de mochila com um amigo, que não é aluno da escola, e encontrou a arma dentro. O menor foi levado para a Dopcad e depois encaminhado para o Juizado da Infância e da Juventude. (PF)

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